ExtravasamentoS

Expurgar o ente que em nós habita, denunciar a forma do monstro, ver-lhe a sombra e dar-lhe luz, pois não passa apenas de uma criança assustada.

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Location: Lisboa, Portugal

Contradição espampanante em tímida incerteza, fortaleza de basalto em colina de lama, cama de sono em nuvens lavadas de fresco

Saturday, April 02, 2005

Nuvem

Nuvem branca
Recém formada no céu
A água pesa
Do tanto que já bebeu
Sulca a terra
Guerra que sempre durou
Dura a pedra
Que água mole desgastou

Lágrimas de quem chove solto
E liberta a vontade de ser mais
Expira o ar de quem engole
Engasga engana e amaina o vento

Nuvem escura
Pesada forma a alastrar
No momento
Ribomba um crepitar
Espessa a carga
Descarga que paira no chão
Carrega a palha
Falha que raza a razão

Na lareira nasce o fogo
A caruma invade e entranha
Pisa a braza assa a mão
No chão o carvão desenha

No deserto
De gelo e esplendor
Só o vento
Partilha a carícia da dôr
Do sustento
Lábios que roçam os dois
Noutros relentos
Doces momentos

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