ExtravasamentoS

Expurgar o ente que em nós habita, denunciar a forma do monstro, ver-lhe a sombra e dar-lhe luz, pois não passa apenas de uma criança assustada.

My Photo
Name:
Location: Lisboa, Portugal

Contradição espampanante em tímida incerteza, fortaleza de basalto em colina de lama, cama de sono em nuvens lavadas de fresco

Saturday, April 02, 2005

maresia

Eu vim do mar morei na casa de algas
Onde verdes janelas de luz difusa
Difundida pelo tapete picante rolante
De ouriços feitiços e estrelas do mar
Eu vou voltar já me vejo
Bochecho a espuma e cuspo o seixo
Recheio de pluma leve e branca
Estofa a lapa em dura pança
Dança o ventre com o umbigo
E chamo um figo ao pepino-do-mar
Eu vim da sombra escura das
Profundezas de um canto oculto
De mim, e quando volto
Relembro tudo o quanto o que já fiz
E o que não fiz
De onde vim para onde vou
Do que fugi já me encontrou
Rio que serpenteias
Arrasta teu depósito
De vida de pedra moída
Jorra o corpo pela margem
Leva a vagem a bom porto
Sangra teu destino sinuoso
Em fosso de águas mil

0 Comments:

Post a Comment

<< Home